A análise de dados de 1177 atuais e ex-fumadores com DPOC nos EUA mostrou que aproximadamente dois dias depois de um aumento na temperatura ambiente houve um aumento de exacerbações na DPOC.
O Dr. Supaksh Gupta, membro do departamento de Cuidados Intensivos de Pneumologia da Universidade de Washington, EUA, revelou que “cada aumento de um grau Celsius na temperatura ambiente estava associado a um aumento de 2{b6a13afb7b3b089dd4b703ad7fb14c8a9d40842dbd2ef44be07983dc89cdf0bb} na probabilidade de exacerbações da DPOC nos dois dias seguintes neste grupo de doentes”.
“Este estudo é um dos poucos a explorar o impacto da temperatura ambiente no risco de exacerbações da DPOC num grupo de pessoas com DPOC estabelecida, contribuindo para o conhecimento sobre a temperatura ambiente e o risco de problemas de saúde relacionados com a DPOC. Um grande ponto forte do estudo é o número de pessoas incluídas, que vivem em várias cidades e vilas dos Estados Unidos.”
O risco de exacerbações da DPOC foi avaliado com base nas temperaturas ambientes locais registadas no dia da exacerbação e nos sete dias anteriores.
A idade média dos participantes era de 64 e o tempo médio para a primeira exacerbação foi de 603 dias. O risco de exacerbações aumentou com a subida das temperaturas durante os seis dias anteriores, com o maior risco dois dias depois do aumento das temperaturas. Os investigadores puderam ajustar os seus resultados para serem considerados os níveis de humidade, que têm sido implicados no risco de exacerbações.
“Estas descobertas levantam preocupações sobre o risco de agravamento das mudanças climáticas”, sublinhou o Dr. Supaksh Gupta. E acrescentou: “Embora não seja conclusivo, o estudo sugere que aqueles que vivem com DPOC podem querer evitar a exposição a condições ambientais adversas e extremas, limitando as atividades ao ar livre durante os períodos de temperaturas elevadas em relação ao normal”.
Os mecanismos envolvidos na ligação entre o calor e as exacerbações da DPOC não são totalmente compreendidos, mas podem incluir a hiperventilação, o que aumenta a possibilidade de hiperinsuflação dinâmica. Durante este processo, uma pessoa não expira completamente antes de começar a inspirar novamente, o que pode levar a respirações menos eficientes e eficazes. No máximo, a hiperinsuflação dinâmica pode levar a um aumento da pressão na cavidade torácica e a uma diminuição subsequente do fluxo sanguíneo de volta para o coração. Doentes idosos também são menos capazes de ajustar a sua temperatura corporal e manter uma hidratação adequada. Além disso, alguns estudos de asma sugeriram que respirar ar quente e húmido pode resultar na constrição das vias aéreas.
O Dr. Gupta concluiu: “Eu queria contribuir para a pesquisa envolvendo um processo de doença que afeta a vida de muitos dos meus doentes. Espero que a nossa pesquisa ajude a orientar as recomendações de políticas públicas e a promover guidelines de prevenção de saúde para pessoas com DPOC durante os períodos de aumento da temperatura ambiente. ”
